26 de abr. de 2012

Ciência judoca


O preparo físico de atletas de judô pode estar sendo feito há cerca de 30 anos com base em um princípio parcialmente equivocado, revela um estudo realizado por pesquisadores da 
Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa, publicada recentemente no periódico on-line Journal of Visualized Experiments, investigou de que forma o organismo dos judocas libera a energia necessária para a realização dos movimentos exigidos na arte marcial.
A conclusão foi de que o esporte de origem japonesa demanda energia de três diferentes sistemas metabólicos. Até agora acreditava-se que a modalidade dependia majoritariamente de apenas um deles.
O organismo dispõe de três sistemas de conversão de nutrientes em energia. Atividades como corrida ou ciclismo, que representam períodos longos de exercício moderado, dependem do metabolismo aeróbico, que utiliza oxigênio para transformar glicose em energia, água e gás carbônico.
Em exercícios mais curtos e intensos, como salto e musculação, a glicose é quebrada sem a necessidade de oxigênio e gera como subproduto ácido lático – são chamados, por isso, de anaeróbicos láticos ou glicolíticos.
Já para demandas muito rápidas de energia, os músculos se valem de outro tipo de sistema anaeróbico, o chamado alático, que usa fosfagênio como fonte energética em vez de moléculas de glicose.
“Na literatura especializada, encontramos referências desde a década de 1980 que afirmam que o judô é um esporte essencialmente lático”, diz o doutor em educação física Emerson Franchini, coordenador do estudo. “Embora haja um nível elevado de participação desse sistema, os outros dois são igualmente importantes.”
Segundo Franchini, que coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate da USP, o conhecimento sobre a contribuição energética de cada um dos sistemas é fundamental para a organização de treinos e para o desenvolvimento de estratégias de suplementação alimentar, por exemplo.

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