27 de out. de 2014

Aquecimento global pode gerar invernos mais frios, aponta pesquisa



O senso comum de que o aquecimento global é sinônimo de calor está corretíssimo, entretanto uma nova pesquisa  afirma que o aquecimento global poderia leva invernos mais frios. A pesquisa desenvolvida por Masato Mori, da Universidade de Tóquio, e colegas do Instituto Nacional Ambientais e do Instituto Nacional de Pesquisa Polar afirma que o declínio do gelo marinho do Ártico nos mares de Barents e Kara nas últimas décadas dobrou as chances de haver invernos mais rigorosos na Eurásia, e essa perda de gelo pode afetar a circulação global de correntes de ar e levar a ventos gelados que sopram por longos períodos.

Os cientistas realizaram ao todo 200 simulações de computador da circulação atmosférica global ligeiramente diferentes, baseadas em medições reais do gelo marinho feitas desde 2004, período que houve anos de alta e baixa cobertura de gelo marinho nos mares de Barents e Kara.

Eles descobriram que o declínio no gelo do mar estava associado com um padrão de “bloqueio” nas correntes de ar atmosféricas de alta altitude. Esse bloqueio se tornou duas vezes mais provável em anos de baixa de gelo marinho e favoreceu o transporte do ar gelado do Ártico para o sul e oeste sobre a Europa e Ásia.

Fim do aquecimento global?

Segundo Colin Summerhayes, emérito associado do Instituto de Pesquisa Polar Scott, em Cambridge, as pessoas acham que pelo o fato desse aumento de temperatura, o aquecimento global poderia acabar, mas isso é errado, já que o Ártico está sofrendo com o aquecimento cada vez mais e mais rápido.

Para comprovar que esta hipótese errônea de que o aquecimento global poderia parar, o estudo ainda aponta que é improvável que o efeito de resfriamento dure para além deste século. O aumento das temperaturas globais acabará por anular qualquer refrigeração localizada causada pela perda de gelo do mar Ártico, embora eles disseram que não é possível prever quando isso vai acontecer.

De acordo com o professor Jennifer Francis, da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, um dos primeiros pesquisadores a fazer ligação entre a perda de gelo marinho e alterações na corrente de jato, o novo trabalho, “sólido e convincente”, apoia, junto a outros estudos recentes, a existência desse mecanismo particular.

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