9 de jan. de 2014

O "Livro Vermelho da Flora do Brasil"



Depois de grande espera, o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora)  do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com a assinatura dos botânicos Gustavo Martinelli e Miguel d'Ávila de Moraes, finalmente foi lançado "Livro Vermelho da Flora do Brasil".

O livro reúne 2.118 espécies ameaçadas de 4.617 avaliadas pelo CNC. E Cerca de 500 espécies estão classificadas na categoria "criticamente em perigo". Foram feitas pesquisas pelo Brasil inteiro, em todas as regiões. Os biomas mais ameaçados são mata atlântica e cerrado, seguidos por caatinga e pampa. A floresta amazônica vem em quinto lugar – provavelmente pela vasta rede de áreas protegidas (38% de seu território).

“O elevado número de espécies ameaçadas na mata atlântica está relacionado à perda de mais de 80% da cobertura original do bioma”, comenta o especialista.

Já no cerrado, a vegetação original vem sendo destruída para dar lugar à agropecuária. Na Amazônia
Eithea blumenavia (Koch & Bouché) Ravenna, uma das
espécies ameaçadas.
também. Lá, grandes projetos de construção de hidrelétricas agravam o quadro e colocam em risco espécies animais, vegetais e até comunidades tradicionais.

Agora para reverter essa situação é muito dificil, mas com essa referência será muito mais fácil para reverter o quadro.  "A partir desse levantamento, será possível avançar para uma avaliação integral do risco de extinção de todas as espécies da flora brasileira”, afirma o botânico Moraes. “Sabendo quais são as espécies com maior risco de extinção e conhecendo as principais ameaças incidentes, fica mais fácil agir para reverter o quadro.”

A publicação do livro foi apenas a primeira etapa de um trabalho audacioso que deve se estender até 2020. Até lá, a equipe espera ter um levantamento completo sobre a avaliação de risco de cada uma das espécies vegetais que ocorrem em nosso território. Atualmente, são mais de 44 mil já conhecidas, número que corresponde a 14% das espécies da flora do planeta.

A lista atualizada encontra-se disponível no portal do CNCFlora. Pela internet, o público pode oferecer contribuições, esclarecer dúvidas e também enviar denúncias.

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