8 de dez. de 2012

COP-18 estoura prazo e se estende até a madrugada de sábado


A Conferência que está acontecendo desde a semana retrasada, tinha um prazo para terminar nesta sexta-feira. Mas várias questões ainda não foram acordadas, assim a COP-18 se estenderá até a madrugada deste sábado (8).
Os três principais objetivos ainda mantinham questões em aberto. A extensão do Protocolo de Kyoto para um segundo período de compromissos ainda tinha questões a serem tratadas; conclusão do LCA (grupo de trabalho sobre cooperação de longo prazo); e definições de uma guia sobre o que deve ser o novo tratado climático, a ser fechado em 2015, tudo isso ainda precisam de uma definição.

Diferentemente das outras Conferências, a COP-18 dirigiu toda a pressão para decisões sobre os países desenvolvidos, para que eles coloquem o dinheiro na mesa ou então ao menos mostre em que o dinheiro será distribuído nos próximos anos para que possam  trazer metas mais ambiciosas de reduções das emissões.

Já os países em desenvolvimento, talvez aproveitando toda essa pressão, pediram um compromisso de doação de US$ 60 bilhões até 2015, porém os países desenvolvidos dizem que não podem oferecer nada neste momento.
Em todas as partes da Conferência havia decisões a serem tratadas. Na plenária da chamada Plataforma de Durban, que trata do novo regime, a controvérsia estava em torno da menção ou não ao documento proveniente da Rio+20, que fala sobre equidade e traz o princípio da Responsabilidade Comum, Porém Diferenciada (CBDR, na sigla em inglês).

O problema que EUA, Noruega e México pediram sua exclusão, seus delegados afirmaram que o documento é muito complexo e muito amplo e que poderia gerar confusão de interpretação. Já o egípcio respondeu que o documento é muito relevante ao falar que tem de proteger o clima com equidade e CBDR. A representante da Bolívia simplificou: “Não entendemos por que algumas partes não querem a inclusão dessa simples menção. Todos aqui não aprovaram o documento e ele não tem específicas menções à mudança climática?".

Em Kyoto ainda havia um velho problema envolvendo Rússia e Polônia, sobre a dificuldade sobre o que fazer com o chamado "hot air", uma espécie de poupança de emissões, estes dois países reduziram mais do que o acordado e querem carregá-las para as novas metas.
Para isso foi feita uma proposta de um limite de 2,5% para o uso disso para desconto das metas desses países no segundo período de Kyoto. Havia também uma expectativa de que alguns países fariam anúncios durante a plenária final de que não vão aceitar comprar esse tipo de "crédito", visto que ele não representa uma real redução de emissões. Esse tipo de "compra de crédito" poderia comprometer a integridade ambiental de Kyoto.

3 comentários:

  1. Mais uma vez vemos que os países que mais poluem não querem tomar uma decisão definitiva e de curto prazo que leve a redução efetiva de poluentes descarregados na natureza.
    Um grande problema que vejo crescer nestas conferências, é a tendência a comercialização dos indíces de poluição que cada país tem se comprometido a respeitar, como os créditos de carbono, que virou um grande comércio disfarçado.

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  2. TOP essa postagem, o Brasil se saiu bem, ganhando US$ 127 milhões, é bastante dinheiro.

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