A mesa que discutiu a questão da água nos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável começou com uma vaia ao ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL). O senador estava em uma área reservada para assistir ao debate e, quando foi anunciado pela moderadora do painel, foi vaiado por parte do público presente no auditório. Collor era presidente da República quando foi realizada a Eco92 e participa de eventos durante a Rio+20.
O rei da Suécia, Carl Gustaf, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, também assistiram ao painel. Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente do Conselho Mundial de Água (WWC), Benedito Braga, a presença de autoridades nesse tipo de diálogo é um sinal de que o tema da água começa a ser observado pelos governantes.
Entretanto, Braga afirma que só será possível saber se as autoridades estão levando a questão realmente a sério depois que as negociações forem encerradas. "Até agora, tudo está correndo muito bem. O debate tem sido sério e maduro olhando o interesse da natureza, mas também dos seres humanos que habitam o planeta", disse Braga.
Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
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