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Liu Yang junto com os seus companheiros de missão |
A China mandou neste sábado (16) uma missão espacial repleta de ineditismo. Pela primeira vez, o país enviou uma mulher, Liu Yang, 34, à órbita da Terra. A nação asiática também tentará uma manobra de acoplamento com um pequeno módulo em órbita. É algo que, até agora, apenas EUA e Rússia conseguiram fazer.
Liu Yang, que é piloto da Força Aérea chinesa, foi escolhida em um rigoroso processo seletivo. Além de fatores como aptidão física e intelectual, a agência espacial chinesa também exigia que as candidatas não tivessem mau hálito ou outros odores corporais "desagradáveis".
Tanto rigor, dizem, é por conta do diminuto espaço para a circulação dos astronautas, o que fará com que eles fiquem muito próximos.
A primeira taikonauta (como são chamados os astronautas chineses) viaja com dois homens: o veterano Jing Haipeng, que em 2008 realizou a primeira caminhada espacial da China, e Liu Wang, que estreará em órbita.
"Eu me sinto honrada em voar ao espaço em nome das centenas de milhões de mulheres chinesas", afirmou Liu Yang em entrevista coletiva na última quinta-feira, na base de lançamentos na China.
Como em outras ocasiões, os chineses só revelaram os detalhes da missão quase na véspera da decolagem.
A bordo de uma nave Shenzhou, o trio tentará se acoplar em órbita ao módulo Tiangong-1 (Palácio Celestial, em chinês), que tem mais ou menos o tamanho de um ônibus e é uma espécie de miniestação espacial.
Se obtiver sucesso, a China se tornará o terceiro país, junto com EUA e Rússia, a conseguir fazer esse tipo de manobra. No início do ano, o país conseguiu acoplar com sucesso uma nave não tripulada ao Palácio Celestial.
AMBIÇÃO
Lançado em setembro de 2011, o Tiangong-1 é o primeiro passo de um ambicioso projeto de construção da estação espacial chinesa. Outros dois módulos bem parecidos, com capacidade de receber até três astronautas e de realizar pequenos experimentos científicos, devem ser lançados até 2015.
Depois dos módulos, a China espera lançar entre 2020 e 2022 sua estação espacial completa, com um módulo principal e dois anexos.
A decisão vai na contramão dos outros países, que há mais de uma década uniram forças para ter um cantinho comum -e com gastos equacionados- no espaço: a ISS (Estação Espacial Internacional).
A missão chinesa deve durar dez dias. Além do acoplamento automático, o grupo também deve realizar uma manobra manual, para testar todas as potencialidades da nave chinesa.
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