25 de mar. de 2013

Estudos tentam "ressuscitar" animais extintos

íbex dos Pireneus, uma das espécies que 
os cientistas planejam ressuscitar 

Há alguns anos não se podia ressuscitar animais, resgata-los da extinção, eles nasciam, viviam e se extinguiam. Não tinha outra maneira e uma vez extinta, nunca poderia voltar a vida. Mas cientistas dizem que há uma maneira.  "Talvez não possamos adiar a morte, mas possamos revertê-la", disse o geneticista George Church, da Escola Médica de Harvard.

Métodos de "ressuscitação"

A clonagem. requer uma célula intacta de uma espécie extinta. Especula-se que possa haver células congeladas intactas de espécies como o mamute-lanoso no permafrost (solo congelado), no Ártico.

George Church, no entanto, disse que ele e a maioria dos cientistas creem que o máximo que pode ser encontrado, como já aconteceu, são fragmentos de DNA.

Mas novas tecnologias sugerem outro método, que só requer algum material genético. A ideia é comparar o ,DNA da espécie extinta ao de uma espécie atual relacionada e substituir pedaços do código genético do bicho de hoje por fragmentos do DNA do animal extinto, inseridos em células da espécie existente. Essas células híbridas seriam usadas para a clonagem.

Depois de algum tempo, o animal resultante teria DNA suficiente da espécie extinta para assemelhar-se a ela.

Outra possibilidade cogitada é a seleção artificial de animais domésticos atuais para obter uma raça com fenótipo semelhante ao de um ancestral selvagem extinto.

Isso poderia funcionar com o auroque, por exemplo, uma raça antiga de gado selvagem. Acredita-se que a maioria de seus genes distintivos ainda exista espalhada entre as variedades de gado de hoje. Cientistas poderiam reproduzir essas variedades, selecionando descendentes com cada vez mais material genético do auroque.

Teoricamente, seria possível fazer a seleção de humanos para trazer de volta o neandertal, afirmou Hank Greely, diretor do Centro de Direito e Biociências da Universidade Stanford.

Segundo ele, de 2% a 3% do DNA humano parece ser feito de relíquias do DNA neandertalense. Mas Greely acrescentou que, evidentemente, "é inviável fazer uma seleção de 500 gerações humanas, sem falar que seria uma péssima ideia".

Clonagens já feitas

Até hoje a única espécie que foi ressuscitada com sucesso, foi um Íbex dos Pireneus, o animal viveu por alguns minutos. Foi a única espécie ressuscitada.

O método empregado foi a clonagem. Foram usadas células congeladas do último dos animais para tentar criar um exemplar novo.

Numa conferência em Washington, neste mês, cientistas australianos falaram sobre a tentativa de ressuscitar a rã "incubadora" (Rheobatrachus silus), sumida há cerca de um quarto de século.

Até agora, o chamado Projeto Lazarus só criou embriões que logo morreram.

A rã Rheobatrachus silus é um animal da Austrália  é conhecida por seu método especial para dar à luz, pela boca. Os cientistas usaram amostras do tecido da rã para retirar o material genético e implanta-lo em outra espécie de rã. A ideia era que a rã que recebesse o material genético fosse desenvolvendo as características da Rheobatrachus silus, porém os embriões obtidos pela clonagem viveram poucos dias.

Além desse projeto, cientistas estão reunindo esforços para trazerem muitas espécies de volta, como o mamute-lanoso, um cavalo de 70 mil anos atrás que vivia no Canadá e o pombo-passageiro.

Mas é preciso ter calma, dizem pesquisadores. Ross MacPhee. curador de mamíferos no Museu Americano de História Natural, em Nova York, disse que, mesmo que seja impressionante precisamos ter cautela e pensar um pouco. "Quem vai fazer isso, e quais são as regras?"

Além disso há muitos argumentos contra os projetos em relação a justiça. Existem argumentos contra alterar o caráter permanente da extinção, até para fins legais.

Para isso Hank Greely, diretor do Centro de Direito e Biociências da Universidade Stanford, analisou  "Suponhamos que uma empresa queira construir no último pedacinho de terra habitado por uma ave ameaçada. Ela poderia dizer: 'Vou pagar pelo congelamento de células da ave. E, agora, vamos à construção de nosso campo de golfe'", afirma Greely.

Por outro lado, ressuscitar espécies pode ser uma questão de justiça. Tome-se o caso dos pombos-passageiros. "Acabamos com eles. Não deveríamos trazê-los de volta?"

"Seria o máximo ver um mamute-lanoso, um tigre-dentes-de-sabre ou uma preguiça-gigante. Não estamos falando em 'Parque dos Dinossauros', mas em Parque do Pleistoceno, 100 mil ou 200 mil anos atrás. Há muitíssimos animais bacanas que deixaram de existir nos últimos 200 mil anos."

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