3 de jun. de 2012

Alimentos antimicrobianos



Produtores de alimentos podem encontrar na própria indústria alimentícia alternativas para ajudar a evitar a contaminação de seus produtos por bactérias. Pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP) mostra que a erva-mate e resíduos da agroindústria, como bagaços de goiaba, sementes de uva, películas de amendoim e talos de beterraba, têm forte ação antimicrobiana.
“A ideia de analisar restos da indústria alimentícia surgiu da preocupação em estimular o reaproveitamento desse material”, conta o biólogo José Guilherme Prado Martin, que realizou a pesquisa em seu mestrado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. Ele explica que, embora a erva-mate em si não seja um resíduo, sua produção para preparo de chimarrão, por exemplo, gera sobras, que provavelmente também contêm os antimicrobianos naturais. “Os resíduos da produção de chimarrão serão analisados em meu doutorado”, diz.
Martin ressalta que uma das consequências do descarte inadequado desses resíduos agroindustriais é o aumento de matéria orgânica em corpos d’água, o que diminui a quantidade de oxigênio disponível e pode causar a morte de parte da fauna desses ambientes e desencadear um desequilíbrio ecológico.
Para avaliar o potencial antimicrobiano da erva-mate e dos restos de alimentos, o pesquisador inicialmente isolou os compostos fenólicos de cada material. Estudos anteriores já confirmavam que essas substâncias, presentes em todas as espécies vegetais, atuam contra microrganismos como parte do sistema de defesa da planta.
Inicialmente, os materiais foram secos e triturados e depois adicionados a um solvente – etanol ou metanol – diluído em água. Em seguida, essa mistura passou por um processo de evaporação e, após quatro dias, deu origem a um extrato em pó contendo somente os compostos antimicrobianos. Segundo Martin, o processo rende aproximadamente 150 gramas de pó para cada quilo de resíduo seco.

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