21 de mai. de 2012

35º Encontro Nacional de Física da Matéria Condensada


Todos os anos, na segunda semana de maio, mais de mil físicos brasileiros se deslocam para o interior de São Paulo ou, algumas vezes, para o interior de Minas Gerais. Em cidades como Águas de Lindoia, Caxambu ou São Lourenço, esses pesquisadores, há décadas, se reúnem na mais antiga e tradicional reunião promovida pela Sociedade Brasileira de Física: o Encontro Nacional de Física da Matéria Condensada. Como eu sou um desses físicos que migraram este ano para Águas de Lindoia, vou contar para vocês um pouco sobre esse fascinante ramo da física.

Física da matéria condensada é a área da física que tem mais linhas de pesquisa e que envolve mais físicos. Apesar disso, costumamos receber mais notícias sobre a física de partículas, principalmente sobre as produzidas no LHC (o Grande Colisor de Hádrons), ou das espetaculares imagens feitas pelo telescópio espacial Hubble. Entretanto, é a da matéria condensada que proporciona os mais importantes desenvolvimentos tecnológicos. Talvez a divulgação mais escassa dessa área se deva ao longo processo que em geral transcorre entre uma descoberta e sua aplicação.
Os pesquisadores que trabalham nesse campo investigam as propriedades físicas da matéria, a partir das interações entre átomos e moléculas. Utilizando as leis da mecânica quântica, do eletromagnetismo e da mecânica estatística, constroem modelos que permitem compreender os fenômenos físicos fundamentais e como estes podem se transformar em aplicações tecnológicas.
Até o começo do século 20, a compreensão das propriedades da matéria era limitada a uma descrição baseada na chamada física clássica, que tem como alicerces a mecânica newtoniana, a termodinâmica e o eletromagnetismo. 
A primeira, proposta inicialmente por Isaac Newton, descreve os movimentos das partículas a partir dos efeitos das forças que atuam sobre elas. A termodinâmica, por sua vez, é um conjunto de leis que surgiram para explicar os fenômenos térmicos. Já o eletromagnetismo, consolidado por James C. Maxwell por volta de 1865, nos trouxe uma compreensão profunda dos campos elétricos e magnéticos, bem como da natureza da luz.

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