6 de mar. de 2013

Fukushima sofre um aumento de risco de câncer, constata OMS


Dois anos depois do desastre de Fukushima, a Organização Mundial das Saúde (OMS) afirmou em um relatório divulgado nesta quinta-feira (28/02) que houve um aumento de risco de câncer na região de Fukushima. Os moradores das áreas teriam risco aumentado de 4% a 7% de contrair doença, segundo um último relatório da organização, porém especialistas criticam estimativas e dizem que o alerta é exagerado.




"A principal preocupação identificada neste relatório está relacionada aos riscos específicos de câncer, ligados a locações particulares e fatores demográficos", afirmou a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente na OMS, Maria Neira. "Uma seleção de dados por idade, sexo e proximidade com as instalações mostra realmente um maior risco de câncer para aqueles que estavam localizados nas partes mais contaminadas."

Há uma preocupação maior pelas crianças que vivem nas regiões mais afetadas. A OMS disse que parece ter aumentado, mesmo que tenha sido em menor escala, o risco futuro de desenvolver câncer de mama entre crianças de sexo feminio expostas, bem como o risco de desenvolver leucemia entre as crianças do sexo masculino.

O mundo sofreu diversos desastres em vários países. Um dos mais conhecidos é o desastre de Tchernobil, em 1986, por volta de 6 mil crianças expostas à radiação desenvolveram câncer de tireoide, porque muitas crianças beberam leite contaminado. Entretanto, no Japão, isso foi monitorado de perto e o leite não está entre os alimentos prediletos das crianças japonesas.

Mas de uma forma ou de outra, nas áreas mais contaminadas, a OMS estimou que , entre crianças do sexo feminino, há um risco de 70% maior de desenvolver câncer da tireoide ao longo da vida. A tireoide é o órgão mais exposto à concentração de iodo radioativo, e as crianças são consideradas especialmente vulneráveis.

Apesar de tudo que a OMS disse em seu relatório, especialistas afirmaram que não há aumento dos riscos de contrair doença. Eles dizem que a baixa dose de radiação recebida pelos afetados não foi suficiente para comprovar um aumento dos riscos de contrarair a doença.

Wade Allison, professsor emérito de física da Universidade de Oxford, disse que com base na dosse de radiação recebida pelas pessoas, não há razão para pensar que possa haver uma aumento dos casos de câncer nos próximos 50 anos.

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