Milhões de pessoas infectadas e milhares mortas, por causa do HIV. Uma doença sexualmente transmissivel, que evolui rapidamente, e que mata a maioria das pessoas, principalmente nas regiões do mundo precárias na parte de saúde. Um dos motivos para essas mortes, é o mal diagnóstico, principalmente nas regiões do Brasil e do mundo, onde o acesso para os médicos irem até o local é difícil, as vezes viagens de barco que demoram até 30 dias. Um novo material para detecção de HIV e da bactéria causadora de sífilis (Treponema pallidum) pretende ampliar as fronteiras do exame para áreas distantes dos grandes centros urbanos.
Desenvolvido por cientistas da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e divulgado ontem, o teste é realizado por meio de um pequeno chip de aproximadamente 45 cm2, constituído de nanopartículas e microfluidos.
O mChip, como foi batizado, tem o custo de produção inferior a 1 dólar. E pode ser utilizado em qualquer posto de saúde, ou hospital, e não necessita de infraestrutura laboratorial, eletricidade ou ajuda profissional para interpretação de seu resultado, que fica pronto em 15 minutos.
Os autores escolheram a sífilis e a Aids dentre as demais doenças sexualmente transmissíveis após ouvirem 60 profissionais da área de saúde na Índia, Tanzânia e Ruanda. Eles defenderam a necessidade de um tipo de teste que fizesse a triagem das duas enfermidades. E ainda propuseram que o dispositivo seria priorizado na África.
O mecanismo utilizado para detecção do vírus e da bactéria se baseia nos princípios do ensaio imunoenzimático conhecido como ELISA. Nele, uma superfície plástica é impregnada de antígenos e, em seguida, uma amostra de sangue ou de soro do paciente é adicionada. Caso a amostra contenha anticorpos contra os antígenos, eles serão detectados por mudança de cor ou emissão de luz após o acréscimo de um reagente. Ao entrar pelo orifício da placa, a gota de sangue passa pelos retorcidos canais do 'chip' e pode interagir ou não com antígenos virais e bacterianos introduzidos na superfície interna do material.
A prevalência de Aids em Ruanda é de 3% da população e, em Kigali, chega a 8%. Para Tanuri, a detecção dos infectados é a grande “vacina” contra o HIV. “Se o paciente sabe qual o seu estado sorológico, pode ser tratado e diminuir a carga viral que possui. Assim, ele tem menor chance de transmitir a doença.”
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