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Ligas metálicas adicionadas de boro mostram maior magnetostricção em testes |
Entretanto, a principal aplicação dos materiais magnetostrictivos está relacionada com sensores e atuadores, já que as propriedades magnéticas dependem do estado de tensão do material. Estes materiais são aplicados em diversas áreas, como por exemplo, a automobilística (sensores para medir o torque do eixo de virabrequins e atuadores que permitem o funcionamento da injeção eletrônica nos carros), médica (atuadores para manipulação de endoscópios, instrumentos com câmaras e bisturis que são utilizados em cirurgias pouco invasivas), militares (sonares subaquáticos) e energéticas (coletores de energia que transformam a energia mecânica do ambiente em energia elétrica, como a eólica).
Para a realização dos testes, foi construído um transdutor, que é um aparelho que transforma um tipo de energia em outra (como um microfone, que transforma as ondas sonoras em energia elétrica e, no caso da magnetostricção, a energia eletromagnética em energia mecânica, que gera a deformação do material). Botani estuda materiais magnetostrictivos desde 2010, na qual realizou uma iniciação científica com o tema. Seu mestrado e doutorado seguem os mesmo caminhos: “Até o presente momento, as ligas de Fe-Al-B já renderam 4 artigos científicos em revistas de alto fator de impacto da área de Engenharia de Materiais”, comenta.
O transdutor
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(a) núcleo magnético, (b) bobinas de excitação, (c) bobina de captura, (d) extensômetro, (e) cilindro da amostra em estudo e (f) suporte |
Para a medição da magnetostricção e da indução magnética, utilizou-se um extensômetro (d) e uma bobina de captura (c). O extensômetro é uma pequena resistência colada na amostra. Dessa forma, quando a amostra dilata, o extensômetro aumenta o seu comprimento e muda a sua resistência, sendo a partir dela calculada a magnetostricção do material. “O circuito magnético usado é muito similar a circuitos de máquinas elétricas de eletrodomésticos em geral”, comenta a orientadora.
Os programas computacionais que controlam todos os instrumentos e coletam a magnetostricção também foram criados pelo grupo. No entanto, o pesquisador explica: “o objetivo do nosso grupo ainda não é desenvolver sensores e atuadores, mas sim desenvolver novos materiais que possuam um maior potencial para serem aplicados como sensores e atuadores, sempre levando em consideração o preço de produção”.
Atualmente, o trabalho de doutorado de Botani envolve estudar diferentes composições do sistema ternário Fe-Al-B utilizando o transdutor. O intuito é desenvolver novas ligas magnetostrictivas que possuam um maior potencial para serem aplicadas como sensores e atuadores, além de possuírem um custo reduzido. Ele também planeja utilizar uma técnica para aumentar a magnetostricção, na qual a amostra é aquecida enquanto uma tensão de compressão a comprime. Deseja-se que este procedimento aumente os valores de magnetostricção.
Agência USP
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