Nesta quarta-feira, às quatro horas da manhã, horário de Brasília, foi feito um dos anúncios mais esperados no mundo da física: pesquisadores do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) encontraram uma partícula subatômica que muito provavelmente é o famoso bóson de Higgs, peça fundamental para fechar o Modelo Padrão da física de partículas, utilizado para explicar a constituição de grande parte do universo visível.
O anúncio, que marca a abertura da 36ª Conferência Internacional de Física de Altas Energias, evento que acontece na Austrália, foi feito na sede do Cern, em Genebra, na Suíça, e transmitido ao vivo para o auditório na Oceania. O seminário reuniu o diretor de pesquisa da entidade, Sergio Bertolucci, e os porta-vozes dos dois grupos que estudam o bóson de Higgs, Fabiola Gianotti, do Atlas, e Joe Incandela, do CMS.
Os dados apresentados pelos dois experimentos mostram resultados compatíveis e bastante similares, que evidenciam a existência de uma nova partícula numa faixa energética em torno de 125-126 gigaeletronvolts (GeV), com uma precisão de 99,99994%.
O diretor do Cern, no entanto, foi cuidadoso ao anunciar o feito, ressaltando que embora a partícula encontrada seja provavelmente um bóson, ainda não é possível provar que se trata de fato do Higgs. “De forma leiga, podemos afirmar: temos algo. Agora cabe aos cientistas descobrir exatamente o quê”, afirmou. “É como se avistássemos ao longe alguém que achamos conhecer. Precisamos nos aproximar, identificar as semelhanças, saber se é mesmo ele, um gêmeo ou alguém parecido. Precisaremos estudar muito detalhadamente a nova partícula.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário