23 de jun. de 2012

Tec. - Nanotecnologia em debate


Pesquisas em nanotecnologia seguem a passos largos. “Os avanços na área têm sido assombrosos, especialmente no desenvolvimento de novos materiais, novos fármacos e novos cosméticos”, comenta o químico Daniel Alves, da Universidade Federal do Paraná.
Mas os impactos sociais e ambientais desse novo saber têm sido motivo de preocupação para pesquisadores em diversos países. Por isso, um grupo de cientistas, trabalhadores da indústria e ambientalistas se reuniu esta semana na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, para fundar o Observatório de Nanotecnologias das Américas. Trata-se da primeira iniciativa do gênero com atuação em âmbito continental dedicada a esse propósito.
“Apesar dos avanços e impactos, as nanotecnologias ainda não são conhecidas pelo público leigo, que, ao final das contas, é quem as consome”, disse o sociólogo Paulo Martins, coordenador da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente (Renanosoma).
Segundo o sociólogo, a fundação do Observatório de Nanotecnologias das Américas marca um novo grau de organização para nanoativistas do continente. “Sem dúvida foi o principal avanço que conquistamos”, disse Martins.
Fazem parte da iniciativa pesquisadores de diversas universidades brasileiras, além de representantes da organização internacional Amigos da Terra (FOE, na sigla em inglês) e do Centro Internacional para Avaliação de Tecnologias (ICTA, na sigla em inglês). Há ainda diversas outras parcerias pelo continente afora. Integram o time, também, o Sindicato dos Químicos de São Paulo e vários grupos de trabalhadores de diversos setores da indústria.
A ideia do novo observatório é reunir os trabalhos e pesquisas de entidades já atuantes na área. Um portal na internet – que deverá estar pronto em breve – terá como principal foco a divulgação científica e o engajamento público em nanociência.
Para contribuir com a divulgação das questões relacionadas ao desenvolvimento de produtos nanotecnológicos, as entidades lançaram também diversos materiais de campanha. Um dos destaques é a publicação de duas histórias em quadrinhos sobre nanotecnologia – ambas apoiadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Fundacentro.

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