Na Itália, igrejas exibem relíquias como a cabeça de São João Batista, o cinto supostamente usado pela Virgem Maria e as correntes que amarravam São Pedro na prisão – cujos elos magicamente se uniram quando dois pedaços foram colocados lado a lado.
Nesse contexto, não parece assim tão estranho que as principais atrações do Museu Galileu, em Florença, sejam itens do mesmo quilate: três dedos e um dente do grande cientista, expostos orgulhosamente ao lado de instrumentos científicos como telescópios e astrolábios, alguns deles usados pelo próprio Galileu.
As relíquias, digamos, científicas, foram recolhidas do seu cadáver 95 anos após sua morte, durante a cerimônia de enterro em 1737 – um tratamento dado normalmente aos restos mortais de santos. Nessa época, Galileu já era considerado um mártir da ciência, merecendo um túmulo grandioso na Igreja de Santa Croce (a dez minutos de caminhada do museu), onde está até hoje.
O resto do acervo do museu é composto de peças mais ortodoxas, como astrolábios, globos terrestres, telescópios, modelos do corpo humano, instrumentos para demonstrações científicas, entre outras.
Algumas delas são belíssimas, como uma esfera armilar do século 16 construída por Antonio Santucci e que levou cinco anos para ficar pronta. Ela representa o universo de acordo com a física aristotélica, com a Terra no centro e inúmeras esferas concêntricas demarcando as órbitas dos corpos celestes ao redor do planeta – com direito a uma imagem de Deus no topo do universo.
VEJA O PASSEIO VIRTUAL DO MUSEU DE GALILEU
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