27 de nov. de 2011

Do mal para o bem

Estudo envolvendo o Brasil desenvolve vacina contra o câncer a partir de 'Trypanosoma cruzi' geneticamente modificado. Imunobiológico impediu a formação de tumores em ratos, apresentou proteção duradoura e ainda poderá ser usado no tratamento da doença de Chagas.





Até hoje, o protozoário Trypanosoma cruzi era conhecido apenas como o agente causador da doença de Chagas. Mas uma pesquisa desenvolvida em parceria por pesquisadores brasileiros e estadunidenses pode transformar o parasita em um importante aliado da ciência na luta contra o câncer. 
O estudo, que será publicado na revista PNAS, apresenta uma forte candidata à vacina contra diversos tipos de tumores, composta por T. cruzi atenuado e modificado geneticamente para produzir moléculas características de células tumorais. 
Desenvolvida por imunologistas do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR/Fiocruz), da Universidade Federal de Minas Gerais e do Instituto Ludwig, dos Estados Unidos, a vacina foi capaz de impedir, em ratos, a formação de três tipos de tumores, todos bastante agressivos: melanomas (tipo de câncer de pele), sarcomas e tumores de cólon. 
Além disso, ela conseguiu estimular o sistema imunológico dos animais que já tinham a doença a combatê-la. Em testes in vitro com células humanas, o imunobiológico também apresentou resultados positivos e se mostrou eficiente na proteção contra a doença de Chagas. 
Segundo os pesquisadores, esta é a primeira vez que um parasita é utilizado como vetor vacinal para tratar outra doença. Os próximos testes serão realizados em cachorros e, se o imunobiológico voltar a apresentar bons resultados, poderá ser testada em humanos dentro de alguns anos.

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